Depois de passar bons momentos ao lado dos nossos amigos do DeRose Method Bariloche, era hora de voltarmos ao Chile e percorrer um pouco desse extenso país. Não foi fácil nos despedir da Argentina justo em uma região tão linda e agradável, sentimos que ainda havia muito por conhecer, mas infelizmente não dá para ter tudo e tivemos que fazer uma escolha. O que também tornou mais difícil a nossa despedida - temporária - das terras argentinas foi a passagem pela migração; cheia e demorada! Fizemos a passagem pela cidade de Villa la Angostura, um "paso" muito bonito mas lotado de argentinos e chilenos, ainda mais nessa época de férias em que as cidades da região dos lagos estão cheias de turistas. E lá se foi um dia inteiro em meio a filas intermináveis e as burocracias de ambos os lados. Dessa vez a policial chilena nos fez tirar tudo de dentro do carro e do bagageiro, foi um pesadelo. Mas depois de tudo isso tivemos uma linda noite à beira do nosso primeiro lago chileno, o tranquilo Puyehue.
Dali seguiríamos para a rota interlagos, que liga os vários lagos do sul do Chile cercados por diversos vulcões. A primeira cidade que passamos foi Frutillar, onde queríamos assistir a um festival de música num grande teatro da cidade, mas os ingressos já estavam esgotados. Essa cidadezinha de colonização alemã também é conhecida por ser bem típica e pelas tortas Kuchen, que não poderíamos deixar de experimentar. Seguimos até Puerto Varas, onde começamos oficialmente o nosso passeio pelos lagos e onde vimos o lindo vulcão Osorno. A cidade é bastante badalada e fica cheia de turistas no mês de fevereiro, o que acabou tirando um pouco do encanto de nosso passeio, já que havia gente por todos os lados e muito trânsito. Encontramos uma praia um pouco mais afastada para acamparmos, mas também havia muita gente por lá. Descobrimos que o mês de fevereiro é o mês das férias chilenas e os destinos mais populares são justamente as praias de lagos e lagoas, que são deliciosas nessa época de calor. Felizmente para eles e uma pena para nós, que gostamos de sossego.
Em busca dessa tranquilidade, decidimos seguir mais para o interior, com o objetivo de encontrar lugares mais selvagens. Passamos pela linda região do lago Ranco, uma comuna bem simples que surgiu por conta da exploração madeireira. Ali, vários pequenos pueblos hoje se dedicam ao turismo e criação de gado, tornando a paisagem ainda mais bucólica. Amamos explorar esse paraíso verde com seus rios, lagos, cascatas e vulcões. Depois de uns dias imersos na natureza, curtindo o lago e cachoeiras, avançamos mais um pouco até o lago Panguipulli, onde ficamos tranquilos acampados na praia (que dessa vez estava vazia).
O sossego durou pouco pois decidimos conhecer a famosa cidade de Pucón e lá o agito é ainda maior. Muita gente, muitos carros e muita badalação tornaram a nossa passagem por ali um pouco mais difícil, mas conseguimos nos arranjar cozinhando à base do vulcão Villa Rica e dormindo no estacionamento da marina da cidade. Ter a opção de dormir dentro do Monstro tem sido perfeito pois em muitos lugares não conseguimos abrir a barraca (não seria muito discreto abrir uma barraca de teto no meio de uma cidade), mas dentro dele estamos sempre protegidos e podemos dormir em qualquer lugar.
Falando em Monstro, ele está com um pequeno problema nos rolamentos das rodas então seguimos para uma cidade um pouco maior, Temuco, para buscar uma boa oficina. Como não encontramos o que precisávamos, deixaremos para fazer a manutenção em Santiago. Seguimos devagarzinho pelo litoral para conhecer algumas praias do Pacífico.
Curtimos a interessante cidadezinha de Cobquecura que conta com uma loberia e uma grande caverna em meio à areia, de lá fomos para Pelluhue onde passamos uma trade muito gostosa e ajudamos um casal que atolou o seu carro nas areias daquela praia. Com o Monstro guinchamos o carro deles e terminou tudo bem. No dia seguintes acordamos cedo e fomos para Pichilemo, que só para variar, estava lotado de gente! Pichilemo é uma cidade de turismo intenso, principalmente nessa época, que conta com ondas perfeitas para os surfistas e um visual incrível. Dormimos no alto de Punta Lobos e no dia seguinte rumamos para Santiago. Agora estamos aqui na gostosa escola do DeRose Method, com os nossos amigos Luiz e Marys.