Em Fray Bentos fizemos o nosso acampamento no posto de gasolina, na entrada da cidade e no dia seguinte seguimos para Buenos Aires, neste trecho pudemos sentir a mudança drástica de um país para o outro, tanto na organização das coisas, quanto nos preços e quantidade de gente nas ruas e estradas. É gritante a diferença mesmo sendo alguns metros de distância apenas.
Em Buenos Aires passamos o Natal com os nossos amigos porteños, das escolas do DeRose Method. A Mari fez uma ceia deliciosa na Sede Decana e pudemos desfrutar desse momento tão importante para nós, que com essa vida na estrada, sentimos muita falta dos nossos amigos. Ficamos hospedados na casa do Fernando Contreras que nos recebeu muito bem. Muito obrigado Fer, principalmente pelo abraço forte de um irmão.
De Buenos Aires partimos para a estrada interminável de uma reta só e repetidas paisagens pela Ruta 3 até a cidade de Azul, onde paramos para dormir em mais um posto de gasolina. Acordamos no dia seguinte e chegamos na cidade de Bahia Blanca, uma cidade portuária, onde almoçamos perto de um córrego, que não era o melhor lugar do mundo, já que parecia um esgoto, eca! De lá fomos para Viedma, uma cidade muito charmosa, que já faz parte da região da Patagônia. Íamos parar apenas para comer, mas tinha um delicioso rio cortando a cidade e formando um balneário e, com o calorão que fazia, decidimos passar a tarde e a noite lá. Até ali percorremos mais de 1000km.
Resolvemos sair da Ruta 3 e percorrer a Ruta 1, por um litoral maravilhoso, com formações rochosas que nos surpreendiam a cada olhada para o lado, com pássaros e praias lindíssimas. Recomendamos a visita! Apenas prepare-se para uma estrada de rípio bem ruim. Fizemos um wild camping em uma parte deste litoral inexplorado, inviolado e surreal de lindo.
Ao voltar à Ruta 3 passamos pela cidade de San Antonio Oeste que possui um dos portos mais raros do mundo: o único das Américas que tem hora para encher. É isso mesmo! Ele é seco a maior parte do tempo e todo dia, junto com a maré, o canal enche e esta é a hora do porto funcionar.
De lá seguimos para mais uma noite em um posto de gasolina e em seguida partimos para Puerto Madryn, uma cidade internacional, bem badalada onde ficamos hospedados em um camping para podermos limpar e botar a ”casa” em ordem depois de tanta poeira na estrada de rípio. Foi um 31 de dezembro totalmente focado na faxina, lavamos roupa, tiramos tudo de dentro do carro e ele ficou como novo, pronto para o novo ano. Curtimos a virada do ano e daqui seguiremos para a Península de Valdes, um lugar mais selvagem onde ficaremos alguns dias sem muita conexão. A Argentina está nos surpreendendo cada vez mais e temos certeza que as próximas atrações serão inesquecíveis.
Até o nosso próximo capítulo!